Com a fraqueza da representação política, as reformas político-eleitorais se tornam praticamente impossíveis, conferindo mera democracia de fachada
Césa Fonseca
A sucessão presidencial brasileira em marcha demonstra que os partidos fragilizados deixam de ser expressão popular para se transformarem em mera tradução dos acertos de cúpula, cujas conseqüências configuram aprofundamento da própria fragilidade político-partidária no ambiente em que, graças a tal fraqueza da representação política, as reformas político-eleitorais se tornam praticamente impossíveis, conferindo mera democracia de fachada.
Césa Fonseca
A sucessão presidencial brasileira em marcha demonstra que os partidos fragilizados deixam de ser expressão popular para se transformarem em mera tradução dos acertos de cúpula, cujas conseqüências configuram aprofundamento da própria fragilidade político-partidária no ambiente em que, graças a tal fraqueza da representação política, as reformas político-eleitorais se tornam praticamente impossíveis, conferindo mera democracia de fachada.
Os partidos políticos, no sistema democrático, são concebidos como instrumentos por meio dos quais são processados os antagonismos sociais em busca de consenso para evolução da sociedade. Sem eles, conforme destaca o sociólogo italiano, Norberto Bobbio, em Teoria geral da política, a democracia vira farsa e fenece. No Brasil, o processo político segue essa batida.
Historicamente, a impossibilidade de os partidos representarem, autenticamente, o sentimento popular e as relações antagônicas de classe sob o capitalismo, a fim de produzir líderes autênticos, gera o seu contrário, ou seja, o fenômeno do populismo. A sociedade deixa de acreditar nos mecanismos partidários, devido a impossibilidade de se ver neles representada, e passa a render-se ao discurso voluntarista de líderes salvacionistas, especialmente, quando emergem crises econômicas, que balançam as estabilidades monetárias e fiscais no ambiente global em que os mais ricos impõem aos mais pobres suas vontades, ancoradas no poderio bélico.
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Jornal da Comunidade - 5 a 11/06/2010
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Jornal da Comunidade - 5 a 11/06/2010